O acaso vem de repente, como
pássaro noturno que não chamei;
e meus olhos
fecham-se sobre as minhas certezas;
dando-me a
certeza de que nada sei.
Afirmo que
tudo foi por acaso;
e a noite bêbada, embriaga-se
ainda mais com meus devaneios;
ainda mais com meus devaneios;
enquanto o espelho esconde os desejos
de todos os
segredos que guardei,
e falava junto aos meus seios.
e falava junto aos meus seios.
Por um momento o amor desenha-se desta única maneira;
para o caso do acaso um dia vir;
para o caso do acaso um dia vir;
mas eu sei
que és apenas um inquilino temporário;
habitando o
meu corpo, a roubar
um pouco dos
sonhos que há em mim.
Com tal
certeza do acaso,,
eu sei também que hás de sair de mim;
ou, como um corpo estranho,
eu sei também que hás de sair de mim;
ou, como um corpo estranho,
talvez acomode-se em minha carne;
ficando inerte, sem nada servir.
ficando inerte, sem nada servir.
Ficarás procurando, por
acaso, um perdão que não existe;
um amor que
tornou-se, subitamente,
num lugar incômodo, com gestos sutis e tristes.
num lugar incômodo, com gestos sutis e tristes.
Já não há
mais pressa, as futilidades irão nos suprir.
E à noite
fecham-se ao lado dos dedos;
que ainda procuram um lugar, mas, já não há para onde ir.
fica comigo. Peço... Mas você não me ouve.
Sei. Vou esperar por você
na vida que me resta; com a total compreensão
na vida que me resta; com a total compreensão
de que o
acaso nos pregou uma peça.
E em todas
as mortes e em todas as vidas;
até o dia em que, definitivamente,
o seu corpo do meu se afaste, contarei com o acaso;