sexta-feira, 16 de outubro de 2015



Procuro-te
Procuro-te, ternura súbita,
nos olhos de quem ainda está por nascer.
Uma esperança do tamanho do mundo;
o ar preso, a respiração é doce e sutil;
solto o ar, sai um grito aflito,
que ninguém ouviu.

Oh! Ser, que só em meus devaneios
tens a forma ideal para meus desejos.
Procuro-te, como fruto que matará minha fome;
chamo por ti, e o teu nome me ilumina;
criei um cenário perfeito, as coisas mais simples;
a água; o pão e a chuva no chão;
a cama e a mesa; os pássaros;

o cão; um cheiro das flores de maio;
vã ilusão.

Um tempo e um instante, não são as mesmas coisas
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que não há diferença;
mas não quando se ama;
não quando o desejo é bem maior
do que a realidade manda.
Quimeras são bem mais tocáveis,
quando a loucura é quem comanda.

Porém, eu procuro-te, ó ser dos meus sonhos!
Antes que te tornes real;
nas ruas; nos barcos; na cama.
Com amor; com ódio.

Ao sol; na chuva.
De noite; de dia.

Triste; alegre.
Procuro-te.

De: Socorro Cruz da Hora Lima “ Soschlima”



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